segunda-feira, 28 de abril de 2014

‘Em família’ ainda em busca de um caminho para atrair o público

  Gabriel Braga Nunes e Marquezine na cena em que Laerte beija Luiza  (Foto: TV Globo)

É possível notar, no ar, os esforços para resgatar “Em família”, novela das 21h. A história de Manoel Carlos dirigida por Jayme Monjardim, desde a estreia, passa por desacertos. A ideia de começar pelo passado dos personagens fez com que a produção tivesse que ser reapresentada para o público depois dos dez capítulos iniciais. Com isso, houve sequências descartadas, remontagens etc. O telespectador ficou confuso, demorou bastante a entender quem era quem. Tudo isso se refletiu na audiência.
Passados os percalços desse primeiro momento, a trama caiu num marasmo sem fim. Vimos — e ainda vemos — cenas imensas com cafés da manhã, pessoas tomando água de coco, correndo na praia etc. Elas eventualmente servem para contar a história, mas, no geral, retratam acontecimentos avulsos, apenas marcando, digamos, a pura existência dos personagens.
Pesquisas revelaram que o espectador queria ver o enredo andar. É o que está acontecendo — ainda que devagar. As lutas corporais, famoso recurso para levantar o ibope, têm ficado mais frequentes. Mas muitas delas são gratuitas. Ao lado disso, nos capítulos mais recentes, Laerte (Gabriel Braga Nunes) partiu para o ataque e beijou Luiza (Bruna Marquezine). Ela reagiu mal, mas todo mundo já sabe que irá sucumbir. Sabe-se também que a mãe (Helena) romperá com a filha e a família toda ficará muito abalada. Dificilmente esse par cairá nas graças do público. Basta conferir qualquer enquete da internet para constatar que esse tipo de disputa, envolvendo mãe e filha, incomoda.
A irritação, lá isso é verdade também, não deixa de ser uma forma de mobilização. Pode até funcionar para atrair a atenção para a trama. Os próximos capítulos dirão. Daí a gostar da novela...

patricia kogut

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