É possível notar, no ar, os esforços para resgatar “Em família”, novela
das 21h. A história de Manoel Carlos dirigida por Jayme Monjardim,
desde a estreia, passa por desacertos. A ideia de começar pelo passado
dos personagens fez com que a produção tivesse que ser reapresentada
para o público depois dos dez capítulos iniciais. Com isso, houve
sequências descartadas, remontagens etc. O telespectador ficou confuso,
demorou bastante a entender quem era quem. Tudo isso se refletiu na
audiência.
Passados os percalços desse primeiro momento, a trama caiu num marasmo
sem fim. Vimos — e ainda vemos — cenas imensas com cafés da manhã,
pessoas tomando água de coco, correndo na praia etc. Elas eventualmente
servem para contar a história, mas, no geral, retratam acontecimentos
avulsos, apenas marcando, digamos, a pura existência dos personagens.
Pesquisas revelaram que o espectador queria ver o enredo andar. É o que
está acontecendo — ainda que devagar. As lutas corporais, famoso
recurso para levantar o ibope, têm ficado mais frequentes. Mas muitas
delas são gratuitas. Ao lado disso, nos capítulos mais recentes, Laerte
(Gabriel Braga Nunes) partiu para o ataque e beijou Luiza (Bruna
Marquezine). Ela reagiu mal, mas todo mundo já sabe que irá sucumbir.
Sabe-se também que a mãe (Helena) romperá com a filha e a família toda
ficará muito abalada. Dificilmente esse par cairá nas graças do público.
Basta conferir qualquer enquete da internet para constatar que esse
tipo de disputa, envolvendo mãe e filha, incomoda.
A irritação, lá isso é verdade também, não deixa de ser uma forma de
mobilização. Pode até funcionar para atrair a atenção para a trama. Os
próximos capítulos dirão. Daí a gostar da novela...
patricia kogut
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