Promessa de ganhos fáceis e rápidos é o componente essencial da
oratória de esquemas fraudulentos — sobretudo aqueles desenhados para
enganar pessoas ingênuas e de boa fé. Foi justamente lançando mão desse
discurso que a TelexFree conseguiu seduzir milhões de pessoas em todo o
mundo, como mostra relatório da Securities and Exchange Commission
(SEC), órgão que regula o mercado financeiro dos Estados Unidos, e que
recentemente abriu um processo contra a empresa, alegando tratar-se
de um esquema de pirâmide financeira. A companhia, que alega trabalhar
sob o modelo de marketing multinível, levantou mais de 1 bilhão de
dólares mundialmente apenas com a promessa de enriquecer seus
‘divulgadores’, sem que eles precisassem vender qualquer produto.
Segundo a SEC, os principais participantes do negócio nos Estados Unidos
são imigrantes das comunidades brasileira e dominicana.
Para angariar novos divulgadores, a TelexFree criou uma série de
slogans a serem veiculados pela Internet. Todos eles propagandeavam o
lucro fácil, e não a eficácia do produto teoricamente vendido pela
empresa: o Voip, serviço de telefonia por meio de dados. Segundo o
relatório da SEC, os anúncios indicavam retornos astronômicos que
ultrapassavam 200% ao ano. O site de VEJA teve acesso ao documento do
órgão americano e listou alguns dos slogans do negócio suspeito de ser
uma fraude bilionária – confira no quadro A propaganda ‘elaborada’ da
TelexFree nos EUA.
Histórico - No início da semana passada, autoridades
americanas acusaram a TelexFree dos Estados Unidos de formação de
pirâmide e fraude. Durante uma busca feita na sede da TelexFree em
Marlborough, no estado americano de Massachusetts, policiais
surpreenderam o diretor financeiro da empresa, Joseph Craft, numa tentativa de fugir com inúmeros chequesdestinados
aos donos da empresa, James Merrill e Carlos Wanzeler. O valor total da
apreensão chegou a 38 milhões de dólares. A SEC foi a autora do pedido
de busca e apreensão. Segundo o órgão, todos os bens da empresa foram
congelados, mas os valores são mantidos em sigilo pelo governo
americano.
O processo conduzido pela SEC acusa de fraude o americano James
Merrill, presidente da empresa, e os brasileiros Carlos Wanzeler e
Sanderley Rodrigues de Vasconcelos. Os quatro maiores divulgadores
também não saíram ilesos no processo: Steven M. Labriola, Santiago de la
Rosa, Randy N. Crosby e Faith R. Sloan. Craft, o diretor capturado em
fuga, também é acusado de fraude.
BLOG DE ROBSON PIRES
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