terça-feira, 6 de maio de 2014

Polícia prende mais um PM suspeito pela morte do lutador Luiz de França

A Polícia Civil afirma que o homicídio do lutador Luiz de França, que ocorreu no dia 10 de fevereiro deste ano, está elucidado. Na manhã de hoje (6), os delegados que comandam o caso confirmaram a prisão de mais um policial militar, identificado como Moisés Gonçalo do Nascimento, que teria sido coautor do crime. Os dois suspeitos estão presos preventivamente.

Segundo relatos da Polícia Civil, o crime teria ocorrido devido à expulsão do tenente da PM Iranildo Félix da academia onde Luiz de França dava aulas de jiu-jitsu e MMA. O tenente teria sido expulso na frente de outros alunos, o que levou o PM a arquitetar um plano de vingança.


Polícia afirma que elucidou homicídio de Luiz de França

Polícia afirma que elucidou homicídio de Luiz de França

Segundo o delegado Sílvio Fernando, um dos que participou da investigação sobre o crime, Iranildo Félix teria procurado o soldado da guarda da Rocam, Moisés Gonçalo do Nascimento, de 41, para auxiliá-lo no crime. De acordo com as investigações, o primeiro contato teria ocorrido na madrugada do domingo (9), na própria guarda da Rocam, onde o soldado da Polícia Militar estava de serviço. No encontro, eles teriam definido os detalhes para o crime do dia seguinte.

Ainda de acordo com a Polícia Civil, o tenente Iranildo Félix teria ligado para Moisés Gonçalo ainda pela manhã, antes dos dois se encontrarem e seguirem até a sede da 3ª Companhia do 9º Batalhão da PM, em Cidade Satélite. De lá, os dois teriam ido em uma motocicleta pilotada pelo soldado até a academia onde estava Luiz de França, que foi executado a tiros. Os disparos, segundo a polícia, teria sido efetuados por Iranildo Félix.


Como provas de que o soldado da PM teria participado do crime, a Polícia Civil citou o fato dos dois terem sido vistos com as mesmas roupas pela manhã, na 3ª Companhia da PM, citadas por testemunhas do crime. Além disso, também haveria a comprovação de ligações entre os dois e testemunhas sobre o encontro que os policiais tiveram antes do crime. Com essas informações, a polícia foi até São Gonçalo do Amarante na manhã de hoje e prendeu o soldado.

Segundo relatos da Polícia Civil, Moisés Gonçalo já respondia por denunciação caluniosa e suspeita de envolvimento em um sequestro. Ele foi preso preventivamente e Iranildo Félix, que já estava detido no comando da PM, teve a prisão preventiva prorrogada por mais 30 dias.

Ameaças

De acordo com a Polícia Civil, a delegada Danielle Filgueira chegou a ser ameaçada de morte pelo soldado Moisés Gonçalo. “Policiais colegas dele chegaram até mim e disseram que eu tivesse cuidado com ele”, relatou. Fotos dela também foram encontradas no celular dele, o que foi entendido pela polícia como uma ameaça "velada".

As ameaças se dão também pela investigação por parte da delegada de um sequestro de mãe e filho, ocorrido no bairro de Cidade Nova, em 11 de dezembro de 2012, pelo qual Moisés foi indiciado. “Esse policial foi indiciado por esse sequestro e também responde a uma denunciação caluniosa”, explicou doutora Danielle. As vítimas continuam desaparecidas.

Moisés também ameaçou de morte autoridades policiais e policiais que depuseram sobre o caso.

Ainda de acordo com a Polícia Civil, uma lista com os nomes dos delegados Silvio Fernando e Danielle Filgueira e outras pessoas foi encontrado no apartamento de Iranildo Félix, o que caracterizou para a polícia como pessoas listadas para morrer numa possível queima de arquivo.


tribuna do norte

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