domingo, 15 de junho de 2014

Muro desaba e atinge carro no bairro de Cidade Alta, na Zona Leste de Natal

Parte do muro cedeu e caiu sobre um carro que estava estacionado na rua Passo da Pátria; ninguém se machucou (Foto: Diego Hervani/G1)

As chuvas que caem sobre a capital potiguar desde as primeiras horas da sexta-feira (13) continuam causando transtornos e prejuízos à população. Na manhã deste domingo (15), parte do muro de uma residência cedeu e desabou sobre um carro. O veículo estava estacionado ao lado da casa, na rua Passo da Pátria, no bairro de Cidade Alta, na Zona Leste da cidade. Ninguém ficou machucado.

De acordo com a Empresa de PesquisaAgropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), a chuva é contínua há praticamente 48 horas, com um acúmulo no período de 285 milímetros de água sobre a cidade. “Choveu nestes dois dias o equivalente a média histórica de todo o mês de junho”, afirma o meteorologista Gilmar Bistrot. Ainda na noite do sábado, a Prefeitura de Natal emitiu um sinal de alerta e determinou que todas as Secretarias Municipais com equipes, material e veículos permaneçam de sobreaviso enquanto o tempo não melhorar.
Ainda segundo o meteorologista da Emparn, o domingo será de tempo nublado com mais pancadas de chuvas. O sol só deve aparecer mesmo na tarde da segunda-feira (16). E, mesmo assim, ele não arriscar dizer que a partida entre Gana e EUA, que acontece a partir das 19h, terá um céu estrelado. As duas seleções fazem o segundo jogo que a Arena das Dunas recebe nesta primeira fase da Copa do Mundo. Quando o México venceu Camarões por 1 a 0, na tarde da sexta-feira (13), já chovia em Natal e as nuvens não deram trégua um minuto sequer.
Ao G1, Bistrot explicou que três fatores estão causando a permanência de nuvens carregadas sobre a cidade. "Ventos fracos, água quente no litoral e umidade alta. Estas três situações, juntas, fazem com que as chuvas não dissipem", disse. "Para a capital potiguar, o mês de junho, historicamente, é o mês mais chuvoso do ano", acrescentou o meteorologista.
A Procuradoria Geral do Município também foi alertada e deve elaborar um decreto de estado de calamidade pública ou de emergência a fim de que sejam tomadas medidas necessárias para a recuperação das áreas atingidas pelo temporal.
Carro ficou preso devido às fortes chuvas na capital potiguar (Foto: Anderson Barbosa/G1)
Rua alagou e carro ficou preso devido às fortes chuvas na capital potiguar (Foto: Anderson Barbosa/G1)
Transtornos
Até o momento não há registro de vítimas, mas os transtornos e danos ao natalense são muitos.Durante a noite do sábado, o Corpo de Bombeiros informou que moradores de cerca de 50 casas nas proximidades das ruas Guanabara e Atalaia, no bairro de Mãe Luiza, na Zona Leste da cidade, tiveram que ser realojados no ginásio Nélio Dias, na Zona Norte. Além destas residências, dois edifícios em Areia Preta foram evacuados por orientação da Defesa Civil. Os prédios ficam ao lado de uma escadaria que ruiu e provocou o deslizamento de terras sobre a Via Costeira, principal acesso à rede hoteleira da cidade.
Ainda segundo a Prefeitura de Natal, desde o início das chuvas, ainda na manhã da sexta-feira, vários bairros da cidade vêm enfrentando problemas de alagamento pelo excesso de água - sobrecarregando o sistema de lagoas de captação do município. Também houve deslizamento na rua do Condor, nas Rocas, em função de um muro de arrimo ter cedido.
Força-tarefa
No início da noite do sábado foi preciso criar uma força-tarefa para discutir um plano de ações. Este grupo é composto pela Prefeitura, Corpo de Bombeiros e Exército.
O telefone da Defesa Civil do Município está em regime de plantão. Os casos de urgência e necessidade de atendimento devem ser relatados no (84) 3232-2525.
Chuvas causaram transtornos em vários pontos de Natal (Foto: Pedro Rodrigues/G1)
Chuvas causaram transtornos em vários pontos de Natal (Foto: Pedro Rodrigues/G1)
Alagamentos
A chuva provocou alagamentos nas quatro regiões administrativas da cidade. Em Lagoa Nova, na Zona Sul, moradores das proximidades da avenida Capitão-mor Gouveia com a rua Mandacarutiveram as casas invadidas pela água.
Na Zona Oeste a situação não é diferente. Populares do bairro de Cidade Nova sofrem com a água acumulada. As pessoas que moram nas ruas São Miguel e São Gerônimo tiveram os imóveis invadidos. A agente de saúde Severina Alves diz estar desesperada com o nível da água. “Por aqui não sabemos o que fazer”.
A lagoa de captação da Cidade da Esperança, também na Zona Oeste, transbordou. De acordo com o vigilante Emerson Pinheiro, que reside na região, os moradores estão se ajudando para retirar móveis e eletrodomésticos das casas, pois a água do reservatório já entrou nos imóveis. “O responsável pelas bombas da lagoa foi embora e elas estão desligadas”, disse.
Prédios desocupados

Chuva deixou estacionamento de prédio cheio de lama na zona Leste de Natal (Foto: Carolina Souza)
Chuva deixou estacionamento de prédio cheio de
lama (Foto: Carolina Souza/G1)

No começo da noite, o Corpo de Bombeiros orientou os moradores do condomínio Residencial Aldebaran, na Zona Leste de Natal, que desocupassem o prédio por conta dos deslizamentos de terra que ocorrem na região. De acordo com a assessoria de imprensa da corporação, um engenheiro que mora em um edifício vizinho já evacuou os apartamentos, por precaução.

Os prédios ficam no início da Via Costeira, próximo ao barranco onde ocorreu o deslizamento que interrompeu o trânsito no local. A areia escorreu da rua Guanabara, em Mãe Luíza, para a Via Costeira, e gera vários transtornos à população da região.
Zona Oeste
Rua Luiz Cúrcio Cabral, em Dix-Sept Rosado, ficou alagada com as chuvas em Natal (Foto: Edilene Castro)
Ruas alagadas ficam ao lado da lagoa de captação
de São Conrado (Foto: Edilene Castro)
A lagoa de captação de São Conrado, que fica na avenida Lima e Silva, na Zona Oeste de Natal, não suportou o volume de água acumulada e transbordou. Residências vizinhas alagaram, mas os moradores resistem em deixar as casas.
Na rua Luiz Cúrcio Cabral, no bairro Dix-Sept Rosado, os moradores tentam fazer barricadas para evitar maiores danos. A dona de uma das casas, Edilene Castro, disse que mora com o pai e o marido. "Não temos condições de sair de casa. Estamos fazendo barreiras, mas as casas da rua estão todas alagadas. Alguns vizinhos estão tentando tirar a água de dentro de casa com rodos e baldes", disse ela.
Ainda de acordo com a moradora, os vizinhos tentam acionar a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros, mas as ligações não são completadas.
G1 RN

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