Um paciente com suspeita de ebola chegou ao Rio, na manhã desta sexta-feira, em um avião da Força Aérea Brasileira, na Base Aérea do Galeão, na Ilha do Governador. Por volta das 6h30m, uma ambulância com uma equipe preparada para receber o paciente com suspeita da doença chegou ao local. O paciente é do sexo masculino, de 47 anos, foi levado para o Instituto de Infectologia Evandro Chagas, que fica na Fundação Oswaldo Cruz, em Manguinhos, unidade de referência da pesquisa de ebola no país.
O primeiro caso suspeito de ebola registrado no Brasil ocorreu na cidade de Cascavel, Paraná. O Ministério da Saúde informou que se trata de um homem vindo da Guiné, um dos países africanos mais afetados pela doença. Ele chegou ao Brasil no dia 19 de setembro, tendo feito antes escala em Marrocos. O homem foi mantido em isolamento total até quinta-feira.
Segundo o Ministério da Saúde, outras suspeitas que haviam sido levantadas antes no país eram apenas boatos. Este é o primeiro em que a pasta trata de fato como caso suspeito. De qualquer forma, o caso em Cascavel ainda precisa ser confirmado para ser considerado como o primeiro de um paciente com ebola no Brasil.
De acordo com o órgão, ele relatou que na quarta-feira e na quinta-feira teve febre e, até o começo da noite, ele estava subfebril, mas não tinha hemorragias, vômitos ou outros sintomas. Como veio de um país onde há epidemia da doença, e apresentou sintomas em até 21 dias após deixar a África (limite máximo para o período de incubação da doença), foi considerado caso suspeito.
A assessoria de imprensa da prefeitura de Cascavel afirmou que a unidade de pronto atendimento onde o homem com caso suspeito foi atendido, no bairro Brasília, foi isolada. Equipes do ministério e do governo estadual estiveram de madrugada na cidade.
A prefeitura informou que os pacientes na unidade que não tiveram contato com o homem não foram impedidos de sair. Mas quem teve contato com ele permanece isolado lá dentro. Além disso, ninguém pode entrar na UPA.
O Ministério da Saúde informou que, assim que foi comunicado, enviou imediatamente para Cascavel, por meio da Força Aérea Brasileira (FAB), uma equipe que vai coordenar as medidas de atendimento e identificação de pessoas que podem ter tido contato com ele.
Além do ministério, o governo do Paraná mandou equipe de vigilância em saúde para a cidade. Na manhã da sexta-feira, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, e o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, falarão com a imprensa sobre o caso.
Segundo o ministério, o ebola só é transmitido através do contato com o sangue, tecidos ou fluidos corporais de indivíduos doentes, ou pelo contato com superfícies e objetos contaminados. O vírus é transmitido apenas quando surgem os sintomas.
ALERTA PARA POSSÍVEIS SINTOMAS
A Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro informou, por meio de nota, que está trabalhando de acordo com determinações do Ministério da Saúde para manter as unidades de saúde em alerta para a possível identificação de sintomas relacionados ao vírus ebola. Para isso, um plano de contingência já foi elaborado em parceria com as secretarias municipais de saúde, Corpo de Bombeiros e Fiocruz. Ainda segundo a secretaria, há equipamentos de proteção individual (EPIs) estocados para os profissionais de saúde.
O GLOBO
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