terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Implante ocular biônico permite que cego veja esposa pela primeira vez em 10 anos

Allen e Carmen Zderad se abraçam após o sucesso no primeiro experimento Foto: Reprodução / YouTube

Quase 20 anos atrás, a visão de Allen Zderad, morador de Minnesota de 68 anos, começou a deteriorar. Diagnosticado com uma doença degenerativa genética visual chamada retinite pigmentosa, seu mal não tem tratamento eficaz ou cura, de acordo com a Clínica Mayo.
Após 10 anos, ele havia perdido quase toda a visão e desde então não conseguiu mais enxergar nem sua mulher nem seus dez netos.
Segundo o “Mashable”, um ensaio clínico utilizando um sistema chamado Second Sight deu a Zderad a capacidade de ver as formas, distinguir vultos humanos e até mesmo ver o seu próprio reflexo em uma janela. Natural da cidade de Forest Lake, ele foi a 15ª pessoa nos EUA a receber esse dispositivo.
Indagado antes do teste sobre quantos anos não via sua amada, ele respondeu:
— Faz 10 anos. Mas ainda a beijo com meus olhos fechados — disse rindo.
Zderad disse que só se lembra dos rostos de seus netos mais velhos, mas a maioria deles ele nunca tinha visto.
— Sim! — exclamou Zderad ao rever e abraçar sua mulher Carmen, com quem é casado há 45 anos. — É bruto, mas é significativo. Vai funcionar.
O nome do dispositivo é “Second Sight Argus II Retinal Prothesis System” e Zderad foi o primeiro paciente ideal para o ensaio clínico, que a Clínica Mayo descreve:
“Trata-se de implante de olho biônico que envia sinais de onda de luz para o nervo ótico, contornando a retina danificada. Um minúsculo chip semelhante a um wafer foi incorporado em seu olho direito, com os fios conectados ao sistema graças a um procedimento cirúrgico em janeiro”.
A operação durou 3 horas e consistiu na inserção de 60 eletrodos na retina do bem humorado paciente.
Duas semanas depois, o resto do dispositivo protético foi montado em uma armação de óculos foi ativado.
— É um olho biônico em todos os sentidos da palavra — disse à emissora de TV “KARE 11” o Dr. Raymond Iezzi Jr., que realizou o procedimento e cujo trabalho de toda vida é o diminuto chip que ele levou décadas para desenvolver, ajudando na engenharia do circuito. — Não é um substituto para o globo ocular, mas funciona interagindo com o olho.
Isto é apenas o início do tratamento, no entanto. A Clínica Mayo disse que mais ajustes são necessários, e que muitas horas de fisioterapia esperam Zderad.

OGLOBO


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