O número de mortos após o terremoto no Nepal passava de 3,7 mil por volta das 6h desta segunda-feira (27), segundo balanço das autoridades locais divulgado pela Associated Press. Agências e governos internacionais corriam no domingo (26) para enviar equipes de busca e resgate, médicos e remédios ao país. Dezenas de milhares de pessoas ficaram sem comida, água ou abrigo.
O terremoto de 7,8 graus, o mais violento dos últimos 80 anos no país, provocou vários tremores secundários e diversos deslizamentos no monte Everest, onde 18 pessoas morreram no início da temporada de alpinismo.
O balanço pode ser ainda mais grave no Nepal, onde as agências humanitárias ainda têm dificuldades para avaliar o alcance da devastação e as necessidades da população.
Quase um milhão de crianças precisam de ajuda urgente, segundo o Unicef.
Equipes enviadas por Índia, Paquistão, Estados Unidos, China e Israel já estavam no Nepal para ajudar, disseram as Nações Unidas, escavando toneladas de escombros em busca de milhares de pessoas ainda desaparecidas.
Outras equipes internacionais de busca chegaram ou devem chegar à capital Katmandu, com unidades do Japão, EUA e Inglaterra equipadas com cães farejadores e equipamentos pesados para retirada de escombros.
As autoridades que coordenam as tarefas de socorro no Nepal se reuniram nesta segunda-feira para tentar reabrir os mercados e distribuir pacotes de ajuda aos desabrigados pelo terremoto no país asiático, informou a imprensa local.
O Comitê de Coordenação de Resgate em Desastres Naturais, reunido na sede do governo nepalês em Katmandu, pediu aos chefes de distrito que trabalhem para abrir as lojas nas zonas afetadas".
O objetivo é facilitar a provisão se produtos à população em geral.
Ao menos 6.500 feridos
Pelo menos 6.500 pessoas ficaram feridas, segundo o governo nepalês, e o tratamento delas e de outros sobreviventes retirados dos escombros de edifícios destruídos continua uma tarefa bastante desafiadora.
"A prioridade continua sendo salvar vidas e buscar e resgatar sobreviventes", afirma relatório da equipe local das Nações Unidas no Nepal.
O tremor destruiu edifícios, monumentos, estradas e outras infraestruturas, afirmaram membros de equipes de socorro, acrescentando que mais de 60 terremotos secundários, incluindo um sismo de magnitude 6,7, já foram sentidos.
Segundo a agência EFE, pacotes com remédios e equipamentos sanitários foram entregues neste domingo pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a hospitais no Nepal. Os artigos sanitários servirão para atender 40 mil pessoas durante três meses, indicou a Organização de sua sede em Genebra.
Além disso, a OMS desembolsou US$ 175 mil como uma primeira doação de emergência para que se atendam as necessidades de saúde mais urgentes dos afetados pelo terremoto, que deixou pelo menos 2.300 mortos e mais de 6.000 feridos.
Hospitais estão lotados
No vale de Katmandu, hospitais estão lotados e estão ficando sem espaço para corpos, afirmaram socorristas, acrescentando que os centros médicos estão ficando sem suprimentos de emergência. Alguns deles estão tendo que tratar os feridos nas ruas.
Neste domingo, doentes e feridos deitavam-se em uma empoeirada rodovia fora do Kathmandu Medical College, enquanto funcionários do hospital carregavam pacientes para fora do prédio em macas e sacos.
Os médicos montaram uma sala de operações dentro de uma tenda para onde levavam os mais críticos, após um tremor particularmente grande forçar as pessoas a correrem aterrorizadas para as ruas.
No lado externo do Centro Nacional de Trauma em Katmandu, pacientes em cadeiras de rodas que estavam em tratamento antes do terremoto juntaram-se a centenas de feridos com membros fraturados e sujos de sangue, deitados dentro de barracas feitas com lençóis do hospital.
940 mil crianças atingidas
O Fundo para Crianças das Nações Unidas (Unicef) estima que pelo menos 940 mil crianças foram gravemente atingidas na região que inclui os distritos de Dhading, Gorkha, Rasuwa, Sindhupalchowk e Kathmandu.
Enquanto isso, campos de desabrigados deverão estar prontos nos próximos dias.
"Centenas de milhares de pessoas estão dormindo ao relento pois estão muito assustadas para voltarem para suas casas por causa de todos os tremores secundários", disse Zubin Zaman, gerente da agência humanitária Oxfam, na Índia.
"Está frio, escuro e agora está chovendo. Eles não têm proteção ou abrigo. Precisamos agir rapidamente."
G1
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