domingo, 10 de janeiro de 2016

Muricy prevê Flamengo forte em 2016, mas não promete título: ‘Tem que melhorar muito’

Muricy na sede do Flamengo atendendo torcida depois de passeio

Foram necessários apenas dois dias de treinos na Gávea, depois da reapresentação do elenco, na quarta-feira, para o técnico Muricy Ramalho sentir na pele uma mistura de carência e carinho dos torcedores do Flamengo. Entre apelos por títulos e pausas para fotos, durante uma caminhada pela sede rubro-negra, o novo comandante deixou claro que não vai tolerar que a equipe termine o Brasileiro no meio da tabela — como aconteceu ano passado — e se mostrou animado com o esforço do clube para melhorar as condições de trabalho.

JX Rio de Janeiro (RJ) 07/01/2016 - Muricy Ramalho no treino do Flamengo. Crédito: Gilvan de Souza / Flamengo / divulgação
JX Rio de Janeiro (RJ) 07/01/2016 - Muricy Ramalho no treino do Flamengo. Crédito: Gilvan de Souza / Flamengo / divulgação Foto: Gilvan de Souza / Flamengo / divulgação

— Não posso prometer, mas faremos um time forte para brigar. Não pode acabar o Brasileiro em 12º, com a torcida e a torcida que tem. Tem que melhorar muito. A gente pensa em título, mas chegar à Libertadores seria importante — destacou.
Em raro momento longe de seguranças, Muricy deu uma volta pela Gávea na última quinta-feira. Era parado a todo minuto por torcedores de várias idades. Um deles, um operário que trabalhava num caminhão abastecendo a piscina de água, gritou um incentivo junto com uma súplica:


— Este ano vai, Muricy, não tem jeito, pelo amor de Deus!
O treinador respondeu:
— Tamo (sic) junto, não tem erro ,não!
Muricy já projeta bons resultados com o elenco rubro-negro montado até agora:
— Pela experiência que tenho, temos jogadores diferentes. E, com a chegada desses reforços, vai ficar um time muito forte, eu acho.
Mesmo diante do elevador, ele escolheu descer um andar da Gávea de escada, salientando sua adoração pela preparação física. E se mostrou mostrou empolgado com o investimento do clube em tecnologia e ciência para melhorar a performance dos atletas.
— Não pode conversar com jogador só na palavra. Agora ele sabe que temos os números na mão — disse, projetando, boa parte por conta disso, um ano sem lesões: — Em campeonato longo, como o Brasileiro, tem que saber se é muito treino, se vai estourar. Não dá mais para ser no olho, no “vamos lá”.


Técnico dará treinos para a base
Muricy Ramalho ainda não colocou em prática o trabalho que pretende implementar na base do Flamengo, mas deixou claro que a integração programada com o elenco profissional prevê treinamentos aplicados por ele às categorias inferiores.
— O atleta chegará ao profissional acostumado, já saberá a maneira de jogar do time. Por isso, de vez em quando, eu vou treiná-los — revelou o comandante: — Os treinamentos serão iguais, assim como a metodologia, o conceito, as conversas semanais com eles.
Outra ideia para estimular o intercâmbio entre as categorias é convidar atletas experientes, como o zagueiro Juan, de 36 anos, que acaba de retornar à equipe, a dar palestras aos mais jovens.
— Juan é um exemplo — elogiou Muricy.
O processo de unificação ainda não teve início. Esse é um dos principais desafios do novo treinador em sua passagem pelo Flamengo depois de um tempo parado.
O lema “craque, o Flamengo faz em casa” é visto por Muricy como um incentivo, e ele acredita que, com a melhoria estrutural prevista para 2016, incluindo aí a conclusão do Centro de Treinamento, haja condições para o trabalho ser feito.
— O talento é o principal, mas junto com isso vem a outra parte. Em São Paulo, acabava o jogo e já estava no meu celular o que o time tinha corrido, passes errados. No meu e no dos jogadores. Isso ajuda a melhorar. Todos já sabem o que vão trabalhar na segunda-feira. O Flamengo está adquirindo isso. Essa tecnologia que tem aqui poucos clubes no Brasil têm, é a melhor — elogiou ele.
Neste caminho, Muricy não vê o futebol brasileiro distante do europeu, mesmo com a crise financeira.
— Ele está se aproximando. Depois do 7 a 1, os treinadores daqui foram estudar, os clubes começaram a melhorar sua gestão, como no Flamengo, porque a diferença era grande — analisou.

globoesporte.com

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