Uma ex-babá do menino Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos,
encontrado morto em um matagal no interior de Frederico Westphalen, no Norte do
Rio Grande do Sul, confirmou que o garoto recebia pouca atenção do pai e da
madrasta, com quem morava na cidade de Três Passos, a cerca de 400 quilômetros
de Porto Alegre. A mulher trabalhou na casa da família por dois anos. A mãe do
menino morreu há quatro anos.
O pai do garoto e a madrasta, além de uma amiga do casal,
são suspeitos do crime. Eles foram
presos na noite de segunda-feira (14), depois que o corpo da criança foi
encontrado, e estão em local não revelado por medida de segurança.
"Ela sempre afastava o menino dela. Agredia com
palavras", diz Helaine Marisa Wentz, ex-babá do menino.
Durante a madrugada, moradores da cidade foram até a
residência do casal para protestar com velas e cartazes, pedindo justiça. O pai
é médico e a madrasta é enfermeira.
Na manhã desta terça (15), a Escola Ipiranga, onde Bernardo
curava o 6º ano do ensino fundamental, suspendeu as atividades por causa da
morte do menino. As aulas só voltam na semana que vem. Emocionados, colegas e
professores do garoto rezaram e pediram justiça.
Amigos da família disseram que Bernardo não tinha outros
parentes na cidade. A mãe dele morreu em fevereiro de 2010. Segundo a polícia,
a mulher cometeu suicídio com um tiro na cabeça no consultório médico do
ex-marido, pai do garoto.
A investigação corre em segredo de Justiça e poucos detalhes
são fornecidos à imprensa. A Polícia Civil disse ter certeza do envolvimento do
pai, da madrasta e da amiga da mulher no sumiço do menino. “Precisamos
identificar o que cada um fez para a condenação", afirmou aos jornalistas.
Os três estão presos preventivamente por 30 dias.
O menino foi morto com uma injeção letal, segundo a Polícia
Civil, o que ainda deverá ser confirmado pelo laudo. O corpo dele passará por
perícia, já que foi encontrado em estado de decomposição.
G1 RN
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