Ernest, personagem vivido por José de Abreu em "Joia rara", começou a
novela de Thelma Guedes e Duca Rachid vilão e terminará redimido pelo
amor. É isso o que Pérola (Mel Maia) dirá ao patriarca dos Hauser em seu
leito de morte, numa cena que emocionou equipe e elenco esta semana, no
Projac. Ernest será baleado ao tentar defender Manfred (Carmo Dalla
Vecchia) num cerco policial.
- Foi lindo gravar a cena da morte. Pérola dirá que o sentido da vida
de Ernest estará completo, já que ele terá vivido para conhecer o amor –
diz o ator. - Pérola dirá para o avô não ter medo, já que ele morrerá
acompanhado pelo amor. A morte de Ernest não será uma morte de dor. Será
uma iluminação, uma passagem.
Para o ator, ter vivido a riqueza de Ernest, um aristocrata suíço, logo
após interpretar a miséria absoluta do Nilo da novela das 21h “Avenida
Brasil”, um homem que vivia no lixão, inaugurou uma espécie de fase de
ouro em sua carreira.
- Estou na Globo há 32 nos. Já fiz de tudo. Personagens grandes,
pequenos, ricos, pobres. Tinha a impressão de que não teria mais para
onde subir. Mas sempre aparece um jeito de ser desafiado. Amora (Mautner diretora-geral) nos tira da zona de conforto.
José brinca ao responder se ficou mais próximo do budismo depois desse trabalho:
- Fiquei foi mais comunista! Aquele núcleo era o mais legal da novela! - diz ele, às gargalhadas.
PATRICIA KOGUT
