quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Mano repete vexame de Felipão, explica ausências e diz entender dancinha rival

Mano Menezes dançou no gramado de Itaquera na vitória por 2 a 0 do Corinthians sobre o Atlético-MG, em 1º de outubro, e começou sua entrevista dizendo estar "de bom humor para caramba". Nessa mesma entrevista, ao negar ter um estilo defensivo, ironizou a estratégia do desafeto Luiz Felipe Scolari na derrota por 7 a 1 do Brasil para a Alemanha. "Sabe como terminou, né?", sorriu.
Duas semanas depois, na noite da última quarta-feira, o treinador foi ao Mineirão do histórico vexame de Felipão com a seleção. No confronto de volta com o Atlético-MG, pelas quartas de final da Copa do Brasil, seu time saiu na frente e determinou que a eliminação só seria possível com uma goleada. Aí, Guilherme lembrou Kroos, Anderson Martins lembrou Dante, e Mano lembrou outro gaúcho.
"A derrota é dura, não tenha dúvida, principalmente porque abrimos 3 a 0. Ganhamos por 2 a 0 lá, mas a gente sabia que o Atlético seria forte aqui. Quando ficou 3 a 0, tudo se arrumou e se alinhou para a conquista da passagem", disse o comandante do Corinthians, referindo-se ao gol de Guerrero logo no início da partida em Belo Horizonte.
O Atlético-MG não se abateu e mostrou enorme superioridade a partir dali. A equipe de Levir Culpi marcou duas vezes no primeiro tempo, completou a histórica goleada por 4 a 1 no segundo e direcionou a ira de muitos torcedores a Mano Menezes. Em reformulação, como a Seleção Brasileira, o Corinthians vai terminar 2014 sem nenhum título.
O técnico alvinegro ao menos teve o bom-senso de evitar palavras como "pane" e reconheceu a justiça da goleada no Mineirão. Duas semanas depois de dançar em campo, ele levou um baile e concedeu uma entrevista sem tanto bom humor. "Lógico que é uma derrota dura. Faz parte da vida. Não adianta ser prepotente e achar que não vai acontecer com a gente."
Ausências de Elias e Gil
Gil, Elias e Diego Tardelli, que estavam a serviço da Seleção Brasileira em Cingapura, chegaram a Guarulhos no mesmo voo, na tarde de quarta-feira. Eles partiram a Belo Horizonte para as quartas de final da Copa do Brasil, mas só o jogador do Atlético-MG foi titular. Os atletas do Corinthians começaram a partida no banco.
Tardelli, que havia participado da vitória por 4 a 0 do Brasil sobre o Japão até os 19 minutos do segundo tempo, colocou-se à disposição e foi escalado. O atacante esteve em campo até os 28 minutos do segundo tempo, com bom desempenho na histórica goleada atleticana por 4 a 1.
Gil, que defendeu a Seleção durante todo o triunfo sobre os japoneses, permaneceu sentado no banco de reservas do Mineirão. Elias, que estivera em campo até os 30 do segundo tempo contra o Japão, na terça, foi acionado por Mano Menezes aos 35 da etapa final em Minas. Aos 42, o Corinthians sofreu o gol da eliminação.
"São situações diferentes para cada atleta. O Tardelli saiu aos 20 minutos lá e, como atacante, pode dosar mais. É um jogador leve, com um físico mais leve. Transporta menos, desgasta menos. Provavelmente, teve uma viagem mais tranquila do que o Elias, que não conseguiu dormir", afirmou Mano.
"O Gil é um jogador muito mais pesado, um zagueiro. Conversamos e combinamos que, se houvesse necessidade na segunda parte, usaríamos os atletas. Como fizemos com o Elias. Não foi por isso que deixamos escapar a vaga. Deixamos escapar como equipe, perdemos como equipe. Não perdemos individualmente", acrescentou.
Sem Gil, a dupla de zaga formada por Felipe e Anderson Martins teve um desempenho muito ruim. O meio-campo, que tinha Guilherme Andrade escalado por causa da ausência de Elias, foi onde o Atlético-MG fez a festa para obter justamente o placar de que necessitava para avançar às semifinais.
Ainda assim, Mano Menezes preferiu não colocar em xeque a própria decisão de não utilizar seus atletas da Seleção Brasileira. "Nós tivemos a conversa com jogadores. A decisão que tivemos foi a partir da conversa com eles. A diretoria fez um esforço para trazê-los, mas já tínhamos falado que essa conversa seria necessária."
Dancinha do Atlético-MG
Não era difícil prever que a dancinha feita por Mano Menezes na comemoração da vitória por 2 a 0 do Corinthians sobre o Atlético-MG seria devolvida em caso de virada nas quartas de final da Copa do Brasil, o que se confirmou. Os jogadores da formação mineira tripudiaram após sua vitória por 4 a 1, algo considerado normal pelo técnico.
"Quem está alegre tem direito de comemorar. Quem estava alegre na Arena Corinthians comemorou. Não foi nenhum desrespeito. Tenho certeza de que a comemoração deles tem a ver com sua felicidade. Não desrespeito a mim nem a ninguém", afirmou o gaúcho, que admitiu a óbvia superioridade do rival.
"O resultado foi justo. O Atlético foi superior ao Corinthians, mesmo a gente tendo feito o que manda a cartilha, sair na frente depois de já ter feito 2 a 0. Fizemos um primeiro tempo muito ruim depois disso. Não conseguimos encaixar a marcação, ter posse, quase nada a não ser mais um lance que até poderia ter terminado em gol", comentou.
Mano se referia a uma jogada de Malcom em uma etapa claramente dominada pelos donos da casa no Mineirão. Até houve uma melhora defensiva após o intervalo, até porque seria difícil piorar, porém a evolução foi insuficiente para evitar a goleada e a eliminação. A movimentação do Atlético-MG criou problemas o tempo todo.
"O Atlético rodava muito. Sobramos com dois zagueiros, e faltou um jogador na intermediária. Isso dava volume a eles, e não conseguíamos os neutralizar. Fizemos melhor na segunda parte, penso que pecamos na última bola. O Atlético foi feliz e fez o 4 a 1", acrescentou o comandante.
Ele evitou ligar a derrocada da equipe corintiana, sem o domínio das ações em nenhum momento, a uma questão psicológica. De acordo com ele, foi mesmo na bola que a formação dirigida por Levir Culpi se impôs à sua, avançando às semifinais da Copa do Brasil para um duelo com o Flamengo.
"Se alguém deveria sentir, seria o nosso o adversário. Saímos na frente. Deixamos de jogar, inexplicavelmente, quase todo o resto do primeiro tempo. Mas não é só cabeça. Se fosse, seria fácil. Futebol não é só cabeça. Tanto que só fomos tomar o terceiro gol muito adiante. Voltamos com a equipe bem equilibrada emocionalmente, não foi questão emocional", disse Mano, antes de concluir: "Foi questão de futebol".
ig

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