A eliminação para o Atlético Nacional deixou Muricy Ramalho sem explicações. Ao final da derrota nos pênaltis, depois de vitória por 1 a 0 no tempo regulamentar, o treinador chegou à sala de entrevistas do Morumbi convicto de que seu time foi injustiçado por não ter se classificado para a final da Copa Sul-americana.
"Futebol, às vezes, tem coisas que não se explicam. Tenho 20 e poucos anos como técnico, e essa foi a maior injustiça que passei no futebol. A maior! E olha que já dirigi muitos jogos. Foi o melhor meio tempo do nosso ano todo. Mas não temos que estar aqui buscando as coisas, fizemos por merecer e não aconteceu", disse, na madrugada desta quinta-feira.
O meio tempo a que se refere foi a segunda etapa, na qual sua equipe cresceu de produção e chegou ao gol em cobrança de falta de Paulo Henrique Ganso. Mas seria necessário fazer dois de diferença, o que não foi possível por conta da trave direita e de boas defesas do goleiro Franco Armani. A classificação, então, teve que ser decidida nos pênaltis, e o time brasileiro foi derrotado após desperdiçar duas tentativas, a primeira com Alan Kardec, que escorregou antes de chutar a bola para fora.
"Foi infelicidade. Ele tirou o goleiro do lado, é o melhor batedor nosso. Infelizmente, escorregou. Treinar, todo o mundo treina. Mas também já perdi com São Caetano, sendo que os melhores batedores erraram. Acontece. Não é loteria, tem que se treinar. Não sei se existe sorte, mas pênalti não devia nem ter existido hoje, porque criamos muito, o volume foi grande. Mas é isso: a gente não tem explicação", comentou, enaltecendo a atuação de seus jogadores.
"Já falei ali no vestiário: eles podem ficar tristes, mas não de cabeça baixa, porque eles deixaram tudo que tinham que deixar dentro de campo. O duro do futebol é quando você sai do campo, vai para o chuveiro e pensa que, ‘porra, poderia ter feito um pouquinho mais'. Mas hoje, do goleiro aos que entraram, não se pode falar nada. Além de correr, nosso time jogou bola", destacou.
Passada a maior injustiça que Muricy viu na carreira, o São Paulo volta a se preocupar com o Campeonato Brasileiro, no qual lhe resta lutar pelo vice-campeonato e a consequente classificação direta para a fase de grupos da Copa Libertadores de 2015. O primeiro dos dois últimos jogos será no domingo, contra o Figueirense, no Morumbi.
GAZETA ESPORTIVA
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