As mortes do cantor sertanejo Cristiano Araújo e de sua namorada, Allana Moraes, num acidente de carro na rodovia Transbrasiliana (BR-153), entre Goiatuba e Morrinhos (GO), na manhã desta quinta-feira (24), quase certamente poderiam ter sido evitadas se eles estivessem usando cinto de segurança no banco traseiro.
De acordo com informações preliminares da Polícia Rodoviária Federal, Cristiano e Allana foram encontrados pelo resgate fora do veículo acidentado, um Land Rover Range Rover Sport praticamente novo que capotou num trecho de pista plana e em bom estado de conservação. As causas do desastre ainda serão investigadas, mas o motorista não estava alcoolizado e não houve envolvimento direto de outro veículo. O produtor de Cristiano disse que um pneu estourou, mas a polícia ainda não confirmou essa informação.
As imagens do Range Rover batido mostram que houve muitos danos à carroceria, embora menos na parte traseira, onde estavam o cantor e a namorada. Os airbags foram deflagrados, inclusive os de cortina. Motorista e um passageiro que ia no banco da frente e usavam o cinto não apenas sobreviveram, como tiveram somente ferimentos leves.
SOPA DE LETRINHAS
O Range Rover Sport HSE (versão usada pela equipe do cantor) parte de R$ 408.900 e possui diversos sistemas de segurança ativa (que previnem acidentes) e passiva (que agem após o impacto). Entre os primeiros, que formam a "sopa de letrinhas" de siglas habitualmente encontrada em carros de luxo altamente tecnológicos, contam-se assistência a frenagens de emergência (EBA), sistema antitravamento das rodas (ABS), assistência de frenagem em curvas (CBC), controle dinâmico de estabilidade (DSC), distribuição eletrônica de força de frenagem (EBD), controle eletrônico de tração (ETC) e até mesmo um que previne capotagens, denominado controle de estabilidade antirrolagem (RSC).
Já os itens passivos são seis airbags e, obviamente, o mais básico de todos: cintos de segurança de três pontos, inclusive para eventuais três passageiros traseiros.
INFRAÇÃO COMUM
CARRO ONLINE ouviu Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste, entidade de defesa do consumidor que participa do programa de segurança veicular Latin NCAP. "As pessoas não têm noção do perigo, acham que o banco traseiro é mais seguro", disse.
Maria Inês lamentou que o brasileiro não esteja acostumado a usar cinto de segurança no banco traseiro, apesar de isso estar previsto em lei (Artigo 65 do Código Brasileiro de Trânsito, que é de novembro de 1997) juntamente com o uso dos dianteiros. "A mesma campanha [de esclarecimento] feita na época da obrigatoriedade do cinto de segurança deveria ser repetida, agora dando atenção ao uso do cinto no banco de trás", avaliou a coordenadora.
O mais impressionante é que, com a obrigatoridade nacional do cinto de segurança prestes a completar 18 anos, ainda há centenas de milhares de infrações anotadas pelo não uso do equipamento. Segundo estatisticas da PRF, em 2014 foram 171.387 autuações em que o motorista não usava o cinto, e 56.069 em que os desprotegidos eram passageiros. São respectivamente, a quarta e a nona infrações mais comuns.
Não usar o cinto de seguraça (em qualquer assento do veículo) é infração grave, punida com a perda de cinco pontos na CNH e multa de R$ 127,69.
MSN
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