domingo, 30 de agosto de 2015

Banda Grafith conta como usou o marketing para diversificar seu público


Eles arrastam uma verdadeira nação há 27 anos, quebrando paradigmas e preconceitos. Com uma média de 20 shows por mês e um público diverso, o êxito da banda Grafith é incontestável no cenário musical - mas não só pelo que tocam. O grupo cresceu e marcou seu nome na música potiguar. A referência deixou de ser unicamente na música e passou a ser vista como um case de sucesso pelo seu empreendedorismo.   

Para tanto, foi preciso se adaptar ao que o mercado exige e, claro, o que o seu público alvo clama. “É nas mudanças do mercado, principalmente das músicas, que a gente consegue manter o fã sempre ouvindo e acompanhando a banda Grafith”, segundo o responsável pelo marketing, Anderson Christian, mais um membro da família que trabalha com a banda. Anderson é filho de Júnior, vocalista do grupo.   

Inicialmente adotando o estilo baile, os irmãos Kaká, Carlinhos, Joãozinho e Júnior foram amadurecendo os ritmos que embalavam e embalam os seus sucessos até hoje, deixando a discoteca, rock e samba em segundo plano e investindo em estilos de músicas mais atuais como a swingueira e o arrocha.   

Este último mereceu um investimento especial. Seguindo o estilo presente na Bahia, a banda optou por tirar as famosas dançarinas e colocar três dançarinos. “As mulheres dançando acabava por gerar alguns atritos muitas vezes, então optamos por mudar. Foi algo muito simples mas que se tornou notável o resultado positivo”.   

As coreografias agora são feitas por três professores de dança: Bruno Rafael, 23, Jeymyson Cardoso, 23, e Gabriel Lopes, 27. A implantação da novidade ocorreu há dois anos.    

“Eu vejo que essa mudança acompanhou a evolução do estilo da banda, que antes tocava um jazz, funk puxando para o balé e agora assumiu o arrocha e está sendo muita boa a receptividade do público, principalmente o feminino”, brinca Bruno.   

Na linha das músicas, a playlist das apresentações segue o perfil do público presente em cada evento do grupo, uma forma de cativar os fãs. Os valores dos ingressos, que podem variar de R$ 15 a R$ 90, também seguem a tendência de preocupação com os admiradores de todas as classes sociais. Mais um ingrediente adicionado à receita do sucesso.   

Além disso, as apresentações que antes eram em showmícios e casas de festa da cidade passaram a ser em formaturas, casamentos, bailes e, na sequência, carnavais e micaretas como o Carnatal, um dos maiores carnavais fora de época do país. A novidade possibilitou, mais uma vez, que a banda ampliasse o público para diversas camadas da sociedade.   

A marca da Grafith também sofreu alterações. Com um layout mais limpo atualmente, o grupo deixou de lado o estilo de grafia mais puxado para a grafitagem, o que remetia mais fortemente a nomenclatura do quarteto. 
  
“Ela (a banda) acompanha esse processo de evolução da marca. Com tanta informação dentro do mundo digital é interessante que a marca seja mais limpa”, explica Anderson.    

E se a marca influencia no sucesso, o que dizer dos integrantes. Mesmo com todas as evoluções e inovações da banda, tem uma coisa que não muda: a aproximação com o público. Esta considerada a base do sucesso. 
  
 “As pessoas que prestigiam os shows da Grafith começam a perceber esse cenário e se sentem parte daquilo. Eles se sentem parte de uma nação que é o que faz ser diferente esse trabalho constante de relacionamento que a banda tem com seus fãs”, ressalta Anderson.   

“Desde o início da nossa carreira até hoje plantamos humildade e proximidade com os fãs em concomitância com a atualização do mercado e o prazer em fazer um trabalho que adoramos. Acho que todo o nosso sucesso é resultado disso”, completa Júnior.   

Negócios em família   

Mesmo que separar a relação profissional da familiar ser um trabalho difícil, outro diferencial e, talvez, uma das maiores aposta da banda é a justamente essa reunião de familiares que formam a empresa Grafith.    

Atualmente com uma média de 30 funcionários atuando de forma direta na banda, a maioria tem o mesmo tipo sanguíneo correndo pelas veias.  

Se os quatro irmãos resolveram formar uma banda, o quinto optou pelos bastidores muito pela timidez excessiva. José Gomes Neto, ou simplesmente Neto, é um dos mais velhos entre os irmãos e cuida da estrutura de som da banda.   

Segundo ele, mesmo sabendo tocar e cantar, a vergonha de subir em um palco falou mais alto. “Eu não tenho coragem de enfrentar o público, então preferi ficar escondido”, comenta.   

Antes trabalhando na parte de conserto de eletrônicos, Neto aprendeu a mexer nos equipamentos da banda ao longo dos anos que se junto à equipe e largou a faculdade federal onde cursava Indústria Têxtil.   

“Na época não tinha quem cuidasse exclusivamente dessa parte, então me botaram. Antes o tecladista da banda que acumulava a função e acabava ficando muito sobrecarregado, aí ele foi me ensinando. Achei interessante e estou até hoje”, lembra Neto. “A faculdade eu não sei se felizmente ou infelizmente tinha muita greve, então desisti”, completa. 


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