Com Sport, Botafogo, Santa Cruz e América-MG na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro, a atual edição do torneio pode entrar para a história como a primeira a ter recorde de 'sobe e desce' entre as divisões desde 1993.
Ocorre que, dos quatro ameaçados de queda neste ano, três subiram no ano passado: Botafogo, Santa Cruz e América-MG. Quem também subiu ano passado foi o Vitória, que hoje é o 13º - quatro pontos fora da zona da degola.
Há 23 anos que não acontece de três dos que ascenderam de divisão em um ano serem rebaixados no torneio seguinte. A edição de 1993 foi rara na história do Campeonato Brasileiro. Oito equipes foram rebaixadas, das quais seis tinha subido no ano anterior. Mas em 1992 foram 12 equipes promovidas para a elite nacional, outro recorde.
Confira abaixo o perfil dos times na zona de rebaixamento:
COBERTOR CURTO
O América-MG, quarto na última Série B, é o que vive o pior momento. A equipe enfrenta o Atlético-PR, às 18h30 (de Brasília), neste sábado, em Curitiba, pela 13ª rodada. Está na lanterna, com oito pontos e apenas duas vitórias em 12 jogos.
O time verde-negro até teve um início empolgante de temporada. Sagrou-se campeão estadual diante do Atlético-MG, quebrando um jejum de 15 anos.
Mas o início do Brasileiro foi complicado e a situação tem piorado a cada rodada. Para diretoria, um dos fatores é de ordem financeira, uma vez que o América-MG está entre os que recebe menos dinheiro pela transmissão dos jogos.
Ao lado de Santa Cruz, Figueirense, Ponte Preta e Chapecoense, os verde-negros de Belo Horizonte recebem cerca de R$ 20 milhões - o que já é um salto em relação a 2015, quando recebiam R$ 4,3 milhões, segundo o balanço patrimonial da equipe.
QUEDA PERNAMBUCANA
Vice da última Série B, o Santa Cruz chegou a liderar por duas rodadas a atual edição do Brasileiro, mas despencou na tabela a partir da quinta rodada. Agora é o penúltimo e já sente o rebaixamento ameaçar a trajetória da equipe em 2016.
Já são quatro jogos sem vencer, o que gerou revolta da torcida e até uma discussão de jogadores com a imprensa. Pela 13ª rodada, a equipe enfrentará o Botafogo, outro desesperado, em Juiz de Fora, no domingo, às 16h (de Brasília).
A exemplo do time mineiro, o Santa Cruz também teve um ótimo início de temporada. Foi campeão pernambucano e da Copa Nordeste. Resultados que animaram a diretoria coral a ponto de o presidente chegar a falar em vaga para a próxima Libertadores.
Também como o América-MG, o Santa Cruz tem a cota de R$ 20 milhões pela transmissão de seus jogos no Brasileiro. Fez um grande investimento para manter o atacante Grafite, pagando ao atacante um salário de R$ 200 mil - o maior da história do clube.
TEMOR ALVINEGRO
O Botafogo subiu de divisão no ano passado como campeão da Série B, o primeiro título nacional do clube desde 1995, mas a equipe de General Severiano não quer ser 'bi'.
Atualmente, o Botafogo é o antepenúltimo, com 12 pontos. Foram apenas três vitórias em 12 jogos, o que tem gerado protestos dos torcedores.
Diferente do América-MG e do Santa Cruz, o Botafogo tem uma receita maior. Recebe R$ 60 milhões da televisão - ano passado recebeu no total R$ 54 milhões. Não é apenas isso. O clube teve receita de R$ 121 milhões no ano passado, a 13ª maior do futebol brasileiro.
DECEPÇÃO RUBRO-NEGRA
O último integrante da zona de rebaixamento é o Sport, com 12 pontos como o Botafogo. É o único entre os times nessa incômoda posição que jogou a elite no ano passado.
A posição ocupada pela equipe rubro-negra se torna ainda mais gritante porque em 2015 a equipe terminou no sexto lugar e chegou a sonhar com uma vaga na Copa Libertadores.
A equipe fatura R$ 35 milhões em receitas de televisão e integra uma espécie de terceiro escalão na distribuição de cotas. Ano passado, somando todo o ano, o Sport faturou R$ 47 milhões com TV - as receitas totais foram da ordem de R$ 87,6 milhões.
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