Dor de cabeça ou nas articulações, cansaço, mau-humor, muita fome ou
nenhuma e até bruxismo já são associados a ele. Principal queixa da
década, o alto nível de estresse passou a ser responsável por quase
todos os sintomas de desconforto que chegam aos consultórios médicos. Os
especialistas indicam: evitar o estresse deve ser uma escolha diária.
Por
ser uma resposta natural do organismo aos estímulos inesperados que
recebemos, a experiência de ficar estressado acontece com todos e
provoca efeitos de ativação do corpo. A aceleração dos batimentos
cardíacos, o aumento da pressão arterial e algumas descargas hormonais
são importantes para que se possa tomar decisões em relação ao que
desencadeou a reação. Segundo o Dr. Antonio Claudio Nobrega,
cardiologista especialista em avaliação do impacto do estresse no
sistema cardiovascular, ele não pode ser considerado uma doença.
—
Reagir às situações de estresse é como respirar, não temos como julgar
se é bom ou ruim. É um mecanismo necessário e natural de se estar vivo. A
preocupação em relação a ele é quando as respostas do indivíduo passam a
ser exageradas e os efeitos agem no corpo por um período muito longo —
alerta o médico, que também é professor titular de Fisiologia da
Universidade Federal Fluminense.
O especialista afirma que pessoas
muito estressadas não necessariamente apresentam alguma ineficiência do
coração ao responder às situações de estresse. Assim como pessoas
aparentemente calmas podem ter dificuldades de lidar bem com as
circunstâncias estressantes e apresentar problemas cardíacos. O
importante nesses casos é ir além da percepção que se tem frente ao
estresse e fazer uma avaliação das consequências no coração,
principalmente diante de fatores de risco, como histórico de doença
cardíaca prévia.
Procure reconhecer
Os efeitos mais frequentes do estresse crônico podem ser confudidos com sintomas de algumas doenças e são difíceis de definir:
- insônia à noite associada ou não à sonolência durante o dia
- acordar cansado
- ficar gripado ou resfriado com muita frequência
- distúrbios de apetite, comendo demais ou perdendo a fome
- alterações comportamentais como oscilações de humor e libido, irritabilidade e dificuldade de concentração
- dores crônicas no corpo, articulações e cabeça sem motivo aparente
- sentir que está mais cansado ou indisposto do que as pessoas ao redor ou de si mesmo em outra época
A
recomendação do Dr. Antonio Cláudio é que, caso o indivíduo perceba que
sofre com algumas das situações listadas acima, deve procurar ajuda
médica para avaliar não apenas as funções cardíacas, mas outros doenças
associadas que podem colaborar para o enfraquecimento do organismo.
Melhora da qualidade de vida
As crises de
estresse, quando associadas a doenças, podem ter consequências muito
severas, que passam pelo isolamento social e podem chegar ao infarto.
Para Nobrega, a medicalização dos efeitos é a última opção e deve ser
usada apenas nos casos mais graves. A principal maneira de tratar o
estresse é dar atenção aos sinais do corpo e mudar a rotina por uma mais
saudável
— O estresse é inevitável, o que se pode fazer é mudar a
maneira de lidar com ele. O lazer e o prazer ajudam a dar outro sentido
para as atividades e fazem as situações de estresse ganharem outra
proporção. Viajar, fazer terapia, ioga, ter mais tempo livre e
aproveitar feriados e fins de semana para novos programas são boas
opções — recomenda Dr. Antonio Cláudio Nobrega.
Para ele, o
principal é identificar a origem do estresse, que muitas vezes pode
estar ligada à falta de conversa sobre situações de desconforto ou de
ausência de controle do que está acontecendo. Normalmente o trabalho é o
principal desencadeador de estresse, podendo ser também uma situação
familiar ou afetiva. Nesses casos, a indicação do médico é enriquecer e
diversificar as atividades do dia a dia e não descuidar dos
relacionamentos com amigos e familiares.
— Fora isso, a atividade
física frequente é o principal desencadeador da sensação de bem-estar.
Isto não é uma suposição, é um efeito orgânico, hormonal, realmente muda
a vida das pessoas. É o remédio que recomendo: mais escada e menos
elevador; mais andar a pé e menos carro — finaliza o especialista.
EXTRA GLOBO
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