terça-feira, 17 de junho de 2014

Substâncias proibidas são encontradas em camisetas infantis não oficiais de seleções

 
Réplicas de camisas infantis de diferentes seleções contém substâncias perigosas
Foto: Reprodução

Em época de Copa do Mundo, todos querem vestir as cores das bandeiras do coração, mas como nem sempre cabe no bolso torcer com a camisa oficial, muita gente opta por réplicas. De olho na qualidade dos produtos, a TÜV Rheinland, grupo alemão de certificação, inspeção e gerenciamento de projetos, testou 90 camisetas infantis não oficiais de 32 seleções, inclusive do Brasil, compradas em lojas de rua ou pelo e-commerce. A empresa constatou que 30% delas apresentaram substância proibidas na composição, como o cádmio, ftalatos e o corante azo.
“Originalmente, planejamos uma campanha apenas como alternativa para prever os resultados dos jogos. No entanto, os resultados foram alarmantes, pois constatamos, em cerca de 30% das camisetas, a presença de substâncias tóxicas não permitidas ao menos nos EUA e na Europa”, afirmou o porta-voz da TÜV Rheinland, Frank Dudley.
A TÜV Rheinland testou as camisetas infantis de torcedores das seleções da Copa do Mundo com base em normas e critérios de ensaios internacionalmente reconhecidos, e usou os valores limite europeus como o ponto de referência para todos os produtos.
Os testes de laboratório mostraram que mais de 30% das camisetas infantis de torcedores excederam os valores máximos para as substâncias tóxicas testadas. Ao todo, 32 peças excederam o limite europeu para os ftalatos, um tipo de plástico utilizados principalmente para impressões sobre tecidos. Há suspeita de que eles possam causar disfunção hormonal e infertilidade. Cinco camisetas ultrapassaram o limite europeu para o cádmio, um metal pesado, que pode causar reações cutâneas. Outro produto ultrapassou o limiar europeu para corantes azo, que pode conter substâncias cancerígenas e está proibido de ser usado na indústria têxtil.
Em 25 das camisetas, a qualidade do acabamento também foi apontada como inadequada. As camisetas ainda apresentaram mais problemas após a lavagem, com os testes apontando mudanças em 28 dos produtos.
Foram analisadas três camisas de torcedores brasileiros, sendo que uma não passou no teste do ftalatos, outra não passou no teste da lavagem e a terceira não passou nos testes do ftalatos e de lavagem.
Das 90 camisetas, apenas 30 estavam livres de substâncias tóxicas e passaram por todos os testes de laboratório.

O GLOBO

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