Em época de Copa do Mundo, todos querem vestir as cores das bandeiras
do coração, mas como nem sempre cabe no bolso torcer com a camisa
oficial, muita gente opta por réplicas. De olho na qualidade dos
produtos, a TÜV Rheinland, grupo alemão de certificação, inspeção e
gerenciamento de projetos, testou 90 camisetas infantis não oficiais de
32 seleções, inclusive do Brasil, compradas em lojas de rua ou pelo
e-commerce. A empresa constatou que 30% delas apresentaram substância
proibidas na composição, como o cádmio, ftalatos e o corante azo.
“Originalmente,
planejamos uma campanha apenas como alternativa para prever os
resultados dos jogos. No entanto, os resultados foram alarmantes, pois
constatamos, em cerca de 30% das camisetas, a presença de substâncias
tóxicas não permitidas ao menos nos EUA e na Europa”, afirmou o
porta-voz da TÜV Rheinland, Frank Dudley.
A TÜV Rheinland testou
as camisetas infantis de torcedores das seleções da Copa do Mundo com
base em normas e critérios de ensaios internacionalmente reconhecidos, e
usou os valores limite europeus como o ponto de referência para todos
os produtos.
Os testes de laboratório mostraram que mais de 30%
das camisetas infantis de torcedores excederam os valores máximos para
as substâncias tóxicas testadas. Ao todo, 32 peças excederam o limite
europeu para os ftalatos, um tipo de plástico utilizados principalmente
para impressões sobre tecidos. Há suspeita de que eles possam causar
disfunção hormonal e infertilidade. Cinco camisetas ultrapassaram o
limite europeu para o cádmio, um metal pesado, que pode causar reações
cutâneas. Outro produto ultrapassou o limiar europeu para corantes azo,
que pode conter substâncias cancerígenas e está proibido de ser usado na
indústria têxtil.
Em 25 das camisetas, a qualidade do acabamento
também foi apontada como inadequada. As camisetas ainda apresentaram
mais problemas após a lavagem, com os testes apontando mudanças em 28
dos produtos.
Foram analisadas três camisas de torcedores
brasileiros, sendo que uma não passou no teste do ftalatos, outra não
passou no teste da lavagem e a terceira não passou nos testes do
ftalatos e de lavagem.
Das 90 camisetas, apenas 30 estavam livres de substâncias tóxicas e passaram por todos os testes de laboratório.
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