domingo, 18 de janeiro de 2015

Corpo de brasileiro executado na Indonésia é cremado e deve vir ao Rio


O Ministério das Relações Exteriores confirmou que, após ser executado neste sábado e ter sua morte reconhecida por um médico e emitida a certidão de óbito local, o corpo do brasileiro Marco Archer foi cremado na Indonésia a pedido da família. Uma tia está com as cinzas dele e deve retornar a Jacarta, capital da Indonésia, nesta segunda-feira. O Itamaraty não informa se já há previsão de retorno dela ao Brasil. Mas segundo o jornalista Nelson Veiga, que falou à Agência Brasil por telefone, as cinzas serão levadas para o Rio de Janeiro. Única parente ainda viva do brasileiro condenado à morte por tráfico de drogas, a advogada Maria de Lurdes Archer Pinto esteve com Archer antes da execução.

“Ele tinha um coração enorme, era uma pessoa maravilhosa que queria retornar para o Brasil e falar para as crianças que o caminho das drogas só leva a duas coisas: à morte ou à prisão. [Ele era] um cara com um carisma tão grande que os guardas da prisão emprestavam o celular para ele falar com a gente”, declarou Veiga, que cobrou medidas duras do governo brasileiro em relação à Indonésia.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a embaixada brasileira naquele país se encarregou de acompanhar o caso e dar apoio à tia do brasileiro. A embaixada também emitirá um atestado de óbito brasileiro, documento necessário para registro da morte no país.

O atestado é emitido geralmente em caso de translado do corpo de brasileiros falecidos no exterior, mas também será emitido quando ocorre a cremação para assegurar a entrada das cinzas sem problemas na alfândega.

O Itamaraty informou ainda que não há previsão de quanto tempo o embaixador brasileiro na Indonésia ficará em Brasília. Ele foi chamado de volta ao Brasil por determinação da presidente Dilma Rousseff como forma de protesto por conta do fato de os apelos brasileiros terem sido ignorados pelo governo da Indonésia.

No país asiático, as execuções por fuzilamento acontecem desde 1964. Apenas os advogados de defesa acompanham os presos até o momento do cumprimento da pena. Nenhum civil, nem mesmo familiares dos condenados, podem acompanhar a execução. O fuzilamento é feito em um campo aberto próximo à penitenciária em Cilacap, na Ilha de Java, a 400 km de Jacarta. O pelotão de fuzilamento é composto por 12 pessoas, mas apenas três das doze armas são carregadas com balas de verdade.

OGLOBO

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