Uma manobra indevida, um descuido e uma tragédia. Áureo Fernandes Borges Neto, Gentil Aquino Filho e Artemisio Fernandes foram vítimas na semana passada de um grave acidente ocorrido na BR-304, altura de Santa Maria, no interior do estado. Os três entraram para as estatísticas de mortes em acidentes veiculares nas rodovias que passam pelo RN deste segundo semestre.
Nos primeiros seis meses do ano, os registros já eram preocupantes. As mortes decorrentes de acidentes de trânsito nas rodovias federais que cortam o Rio Grande do Norte aumentaram de 85 para 90 (6%) entre janeiro e julho de 2015 em relação ao mesmo período do ano passado.
É o que apontam dados exclusivos da Polícia Rodoviária Federal (PRF) obtidos pelo NOVO JORNAL em parceria com o site de jornalismo de dados “Fiquem Sabendo” por meio da Lei Federal nº 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação).
Consultada pela reportagem, a PRF do RN informou que os índices são ainda maiores se forem levados em consideração os dados do mês de agosto passado, quando se chegou ao total de 103 mortes. Acrescentando às estatísticas o mês de agosto de 2014, com 88 óbitos, o acréscimo é de 17%.
O policial militar Áureo Neto voltava de Mossoró no início do último feriadão numa motocicleta BMW 1000 cilindradas quando colidiu com o Fiat Uno guiado por Gentil Aquino, na altura da cidade de Santa Maria. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, o motorista do carro ia em direção a Riachuelo e tentou fazer uma conversão à esquerda no momento da batida.
Houve uma explosão em decorrência do vazamento de combustível e os três homens envolvidos no acidente morreram carbonizados.
De acordo com os números disponibilizados pelo site Fiquem Sabendo (www.fiquemsabendo.com.br), o Rio Grande do Norte foi o único estado do Nordeste que registrou aumento na quantidade de mortes nas estradas federais entre janeiro e julho de deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado.
Levando-se em conta os dados dos nove estados do Nordeste, o número de mortes decorrentes de acidentes nas rodovias fiscalizadas pela PRF caiu 14% entre 2014 e este ano (de 1.437 para 1.238). Em todo o país, a diminuição dessa estatística foi ainda mais acentuada: houve 20% a menos de mortes entre um período e outro. Foram 4.749 entre janeiro e julho de 2014 contra 3.928 no mesmo período de 2015.
A queda significativa no número de mortes nas rodovias federais em todo o país se deveu ao fato de 22 estados e o Distrito Federal terem registrado queda nessa estatística.
Além do Rio Grande do Norte, apenas outros três estados registraram aumento no número de mortes na malha rodoviária federal: Pará (de 102 para 110), Amazonas (de 5 para 9) e Roraima (de 16 para 19).
Comparada aos números de estados vizinhos, a alta das mortes nas rodovias federais que cortam o Rio Grande do Norte ganha ainda maior destaque. Um exemplo disso é a comparação com o Ceará, que, em 2014, registrou 172 mortes (mais do que o dobro das 85 contabilizadas no RN). Neste ano, essa diferença caiu de 105 para 90 mortes.
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