quarta-feira, 24 de setembro de 2014

DNA aponta que corpo carbonizado no Rio é de Jandira, diz delegado

O exame de DNA realizado em um corpo carbonizado achado dentro de um carro em Guaratiba, na Zona Oeste do Rio, confirmou que a morta é Jandira Magdalena dos Santos Cruz, de 27 anos. A informação foi dada ao G1 nesta terça-feira (23) pelo delegado Hilton Alonso, da 35ª DP (Campo Grande). Grávida de 4 meses, Jandira estava desaparecida desde o dia 26 de agosto, quando entrou em um carro branco no terminal de Campo Grande, em direção a uma clínica clandestina de aborto.
Irmã de Jandira, Joyce ficou chocada com a notícia. "[Estou] Sem chão. É inacreditável que um ser humano faça isso com outro ser humano. Foi muito cruel e desumano", disse."É algo que eu não desejo para o meu pior inimigo. Agora cabe à Justiça condenar quem tem culpa nisso."
Segundo a familiar, ainda não foi marcada data para o enterro. O ex-marido de Jandira, Leandro Reis, que a levou para o local marcado pelos envolvidos no aborto, disse que já esperava pelo pior.
"A gente esperava que isso fosse acontecer, mas confesso que mexe. Minha filha, aparentemente, está tranquila, mas sempre pergunta de noite: 'Cadê minha mãe?. Como explicar? A minha revolta do caso era a forma como isso tudo aconteceu. Eu, particularmente, fiquei muito chocado", disse, reforçando que nunca apoiou o aborto. "Ela nunca fez mal a ninguém. Eu entendi, mas nunca apoiei esse procedimento. Pelo menos agora sabemos o que aconteceu. Teremos um enterro digno."
Quatro pessoas estão presas por envolvimento no caso e um homem está foragido. Rosemere Aparecida, que seria chefe da quadrilha, foi presa no dia 11 de setembro. Vanusa Baldacine, suspeita de ter levado Jandira para a clínica, também foi detida e disse, em depoimento, que ela morreu na clínica clandestina. Também estão presos Marcelo Eduardo Medeiros, que alugava a casa para a clínica, e Mônica Gomes Teixeira, que recepcionava as clientes. O falso médico Carlos Augusto Graça de Oliveira teve a prisão temporária decretada, mas não foi encontrado. Ele é suspeito de ter realizado a cirurgia.
Segundo morte em um mês
O corpo encontrado confirma a segunda morte em menos de um mês na Região Metropolitana do Rio causadas por abortos em clínicas clandestinas. Nesta terça (23), foi enterrado, no Cemitério de Maruí, em Niterói, o corpo de Elizângela Barbosa, que morreu no sábado (20), após complicações de um aborto. A necropsia encontrou um tubo de plástico dentro do útero.

"Fiquei chocada com o que aconteceu com a menina de Niterói. Só Deus para ajudar", disse Joyce, irmã de Jandira, logo após saber que o corpo carbonizado era mesmo da irmã.
G1

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