Josué Teixeira chorou, reclamou, polemizou e pediu demissão do Macaé. E, apesar de não ter confirmado, o treinador já tem um acordo com o ABC, de Natal. Comandante do título mais importante da história do clube do Rio de Janeiro e da maior sequência de vitórias da equipe em um Campeonato Carioca - foram cinco -, o técnico entregou seu cargo na tarde deste sábado e comunicou sua decisão durante a coletiva de imprensa que aconteceu logo depois do empate em 1 a 1 com o Bangu, pela 11ª rodada do Campeonato Carioca. O resultado em casa interrompeu a série de cinco triunfos do time alvianil e impediu a entrada no G-4 - o Macaé ultrapassaria Fluminense e Flamengo em caso de vitória. Ao mesmo tempo, a diretoria potiguar confirmou o acerto com o comandante.
Curiosamente, Josué Teixeira se demite após quebrar mais um recorde: o de pontos conquistados pelo Macaé em uma só edição do Campeonato Carioca. Com o empate deste sábado, a equipe chegou aos 22 e ultrapassou a marca de 2008, quando somou 21. Segundo a diretoria do ABC, o técnico será apresentado já na próxima segunda-feira.
- Acabei de sair do Macaé. Comuniquei aos jogadores, ao Gustavo (Mendes, diretor executivo do clube). Estou muito feliz por ter vindo para cá, desde dezembro. Pude conquistar o acesso, ser campeão brasileiro, ter levado o clube à maior pontuação conquistada no estadual, a maior sequência de "não derrotas". Só que chega um tempo que a gente tem que caminhar. E o tempo foi esse. Não tem nada de problema com o grupo de jogadores, com a comissão técnica. Houve um problema desde o jogo contra a Cabofriense, na quarta passada. E desde esse dia, esse problema não foi resolvido, o problema interno permaneceu. Como não sou homem de empurrar com a barriga, resolvi sair, deixar o Macaé e a direção bem à vontade para escolher os novos rumos. Tive a impressão de que o Josué estava trabalhando, então, quando o Josué está atrapalhando, o Josué tem que ir embora. É assim que eu penso - disse Josué.
A demissão pegou a todos de surpresa, inclusive os próprios jogadores do elenco, que não esconderam o espanto no momento em que a informação foi confirmada. Na entrevista, Josué citou "pendências" da direção alvianil, mas não as esclareceu. Ele também se disse muito chateado e chorou entre uma pergunta e outra.
- Tem algumas pendências que precisam ser resolvidas hoje no Macaé. Na virada do ano, eu disse que o Macaé tinha que virar um clube de futebol, deixar de ser um time de futeobl. Tinha que se organizar todo, se estruturar todo, para que pudesse crescer cada vez mais, como vai crescer. Mas chega em um ponto que eu, como treinador e como gestor de pessoas, que minha contribuição para esse grupo já tinha sido extrapolada. Aquilo que eu podia administrar, eu fiz. Mas chega em um momento que não dá mais. E aí a tua cota de contribuição tem que parar. Não vou entrar em detalhes de é salário atrasado, de premiação de comissão técnica. Isso a direção pode explicar qual foi o problema interno. Se falar, direito deles. Mas há uma ausência há dias. Foram dois jogos importantes, contra Cabofriense e Fluminense. E nenhum contato comigo. Nem os parabéns pelo resultado do Fluminense eu ganhei. Se não houve isso, não houve carinho, não houve respeito, é porque o Josué está atrapalhando. E o Josué não atrapalha ninguém - disse.
Josué Teixeira deixa o Macaé depois de quase sete meses no comando. Neste período, foram 33 jogos disputados, sendo 13 vitórias, 13 empates e sete derrotas: um aproveitamento de pouco mais de 52%. Sob o comando do treinador, o clube conseguiu o acesso à Série B do Brasileiro e ainda conquistou o título da Série C.
GLOBOESPORTE.COM
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