segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Suzane Von Richthofen abre mão da herança e quer se reaproximar do irmão


Condenada por mandar matar os pais em 2002, Suzane Von Richthofen, 30 anos, dispensou o advogado Denivaldo Barni e procurou a Justiça para informar que abre mão da herança. O documento foi divulgado com exclusividade pelo Fantástico neste domingo. Suzane afirmou que não se sente segura com a atuação de seu advogado, tanto no aspecto judicial quanto pessoal. Ela afirmou à Justiça que pretende se reaproximar do irmão, Andreas, que nunca mais falou com ela. O interesse pelo patrimônio da família era apontado como motivo do crime.
Suzane está presa há 12 anos na Penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo. Ela recusou o regime semiaberto, que permitiria trabalhar fora do presídio e sair cinco vezes por ano para passear.
Entre os bens que fazem da parte da herança está uma casa onde morava com os pais, avaliada em R$ 3 milhões. Suzane e Andreas se viram pela última vez em 2006, durante o julgamento dela, e disputavam na Justiça a herança deixada pelos mais. Suzane quer recebê-lo e autorizou a entrada de Andreas na cadeia.
Dois promotores que acompanham o cumprimento de penas divergem sobre a postura de Suzane. O promotor Paulo José de Palma afirmou que ela é uma presa exemplar. Respeita seus superiores hierárquicos — diretores e presas — e participa das atividades sociais.
Palma afirma que costuma ter contato com Suzane e defende que ela passe para o regime semiaberto.
— Parece que chegou a hora dela ir para um regime mais brando — diz Palma, acrescentando que a jovem não aceitou o regime semiaberto para resguardar sua segurança.
O promotor Luís Marcelo Negrini acredita que ela ainda não estaria apta, madura, para prosseguir no cumprimento de um regime semiaberto. Na avaliação dele, o fato de ela recusar o semiaberto mostra que ela não está preparada para enfrentar e para ter direito.
— Eu estive na penitenciária uma vez e assim que ela percebeu a presença de autoridades, estavam juízes, promotores, a própria direção do estabelecimento, você verifica uma mudança do comportamento. A intenção de mostrar serviço, de querer aparecer, de querer mostrar uma liderança. O cuidado tem que ser maior também, porque a possibilidade de fuga existe — diz ele.
Negrini não crê que Suzane possa representar algum tipo de risco para o irmão e que, mesmo nos exames, não se denotou indícios de ela ser uma pessoa violenta.
O Fantástico tentou ouvir o advogado Denivaldo Barni para que comentasse a decisão de Suzane, mas ele não retornou às ligações.
A advogada de Andreas Richthofen, Maria Aparecida Evangelista, não quis comentar sobre a possibilidade do encontro dos irmãos. Suzane aguarda a construção da ala de semiaberto do Presídio de Tremembé, onde pretende ficar até conseguir a liberdade definitiva.
Suzane Von Richthofen foi condenada a 39 anos de prisão. Pela lei brasileira, o tempo máximo que um preso pode passar em regime fechado é de 30 anos.

OGLOBO

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